Feche os olhos e diga o que vê


Ao longe sou e não sou, mas quero ser e evito evitar a maneira crescente de não ser

Sou o longo e pequeno caminho que separa o ontem do amanhã
O que posso ver então se meus olhos estão fechados? O que posso ver se não vejo nada e se tudo não esta acabado?
Poesia, lá no fundo, apenas poesia, sentimentos descritos em folha nua em papel de madeira
Mesmo que nada vejo, ainda posso enxergar o que há nas profundezas do meu coração, aliás, somente assim consigo enxergar meu coração
Vejo o que não vejo, crio o que já existe, modifico o que evolui, faço, desfaço, replico, contrario, escrevo meu laço com um braço que não existe, um terceiro item de dois somados que não se passa de mera imaginação, mas o que ele escreve existe, então eu não seria real porque o que eu faço de real forma existe, porque afeto o mundo e afeto aqueles que me olham
Eu sou o que não sou tentando ser aquilo que eu realmente sou!

A poesia difere o sentimento de real e irreal, do que é certo e errado, mas não confunde o sentimento de diferença e discordância!
Sou o que sou, mas mesmo que eu seja não posso ser se não saber quem eu sou!

Mudanças, apenas mudanças descrevem os verdadeiros fatos, princípios, relevâncias e meramente palavras sob seu significado almejante e sagaz.
Aquilo que é difícil entender é difícil de explicar, o óbvio é uma parte onde todos notam e que impedem a todos de ver, mas alguns ainda conseguem enxergar, enxergar o que há além do óbvio, aquilo escondido por detrás dos olhos nus.

Porque quando fechamos os olhos, é quando realmente conseguimos enxergar.

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Tiago Siguinolfi de Castro

"Ao longe sou o óbvio"

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