A certeza que nunca estamos preparados

A morte é a única certeza que todos temos, é aquilo que no fundo, no fundo, sabemos que um dia nos irá ocorrer, mas infelizmente, nunca estamos preparados quando ela chega.

José Campos de Castro, esse é o nome do meu avô, faleceu hoje de madrugada.
Meu sentimento?
Hum... Vejamos...

Aprendi grandes coisas com ele, o alfabeto do silêncio quando tudo o que precisava era de um sorriso, as palavras que somente os olhares dizem quando eu precisava de um conforto, as letras e suas consoantes quando precisa ser corrigido.

Passamos noites em claro após ele ser internado, seu coração não era o mesmo, sua vida - por conta disto - não era a mesma, necessitava de cuidados especiais, de mãos treinadas para tecer o tecido humano.
Foram quase 30 dias em uma cama de hospital.
Enfermeiras passando nos corredores, trocas de quartos, trocas de roupas, remédios, a virada de ano com meu pai ao teu lado, a virada de ano com os filhos em seu coração.

Deus faz tudo certo, tudo.

Estávamos recebendo visitas todos os dias, minha tia Marinês estava dormindo em casa caso "o telefone tocasse", embora todos soubéssemos que ela era a última pessoa que poderia atendê-lo.
Segunda-Feira, minha tia que já estava a quase 4 dias dormindo em casa, voltou para sua residência, estava cansada, não conseguia mais esperar "o toque", minha avó estava com um sono de pedra, do modo que nunca teve antes.

Terça-Feira, 12 de Janeiro de 2010, 01:00hs da madrugada, "o telefone toca", meu pai atende:
"- Solicitamos o RG do seu pai", corro p/ sala, mão esquerda no seu ombro direito, a mensagem é passada. Minha tia em sua casa dormindo, despreocupada, minha avó dormindo como nunca, nada a acordou. Os filhos, somente os filhos começam os preparativos p/ levá-lo para o cemitério, para nosso último encontro físico.

Meu avô recebeu todas as visitas de quem precisava ver e sentir, a última que faltou foi minha avó que no domingo dia 10 havia ido visitá-lo, dar seu último "tchau Zé".

O que fica?

A imagem de um avô que sorria por pouca coisa, que fazia piada de tudo, que sabia viver sem nada além de sua família.

Lá de cima meu avô diria assim:

"Mais eu morri tão jovem... hahahahaha"

Sabe vô, é esse o espírito que eu guardo do sr.
Uma eterna criança, que me ensinou a brincar com a vida de forma a vivê-la sorridente.

Serás sempre meu "Zé Campinho"...

"Viva para sempre, porque de ti eu nunca esquecerei"

Do seu neto,

--
Tiago

"Meu véi... Meu avôzinho querido... meu vô Zé... eterno no meu coração"

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